segunda-feira, 1 de julho de 2013

Terra Nova

Não, não estou falando do seriado. Essa semana a Discovery (BRA) apresentou uma série de episódios sobre os telescópios humanos colocados em órbita para a visualização dos planetas. Tirando a parte da CG mal-feita (além de sem sentido, pois não dá pra captar uma modelagem real de alta resolução 3D da maioria dos planetas) a série foi bem bacana.
Altíssima resolução 3D de outro planeta.



Os teóricos malthusianos do apocalipse sempre disseram que logo o planeta não terá recursos energéticos para todos os humanos e, portanto, iremos todos morrer. Embora os recursos naturais sejam limitados (acalme-se) essa baboseira está longe de ocorrer. No entanto, sempre me pareceu que a humanidade caminha naturalmente para portais maiores e por portais maiores entenda-se viagens interplanetárias. A razão, portanto, não é a sobrevivência mas sim a conveniência, um fato da evolução da própria espécie.

De um raciocínio simplório: Qual a diferença do descobrimento da América para o descobrimento da Galáxia?. Uma questão de escala. Sí, pero no mucho. Sim, só que não. Vamos lá: Porque não olhar os céus a procura de um local similar? Nem ainda temos a equivalência das idéias de Copérnico e Giordano Bruno para essas novas aventuras, ainda estamos na época dos "trirremes galácticos" (nunca viu?  http://pt.wikipedia.org/wiki/Trirreme), mas filosofar a respeito (como fazia o grande Aristóteles) e errar (como também fez o grande Aristóteles na questão da esfericidade) sobre a questão de espaços limítrofes não faz mal. Se existir vida em outro local não é o objetivo dessa busca. Deixe isso para os ufólogos pouco cientifícos de plantão.
Uma série de imagens feitas por artistas. Mais aqui.
De um raciocínio não tão simplório: A observação dos planetas obviamente complica-se a medida em que se afastam as galáxias. A medida "ano-luz" é que agora precisa ser usada e muitos planetas sequer poderão ser vistos por milhares de anos, o que dizer de uma observação via sonda ou similar. Já é bem sabido que dos famosos planetas vizinhos nenhum possui características similares ao pequeno azulzinho (o planeta). Estou dizendo que mal conseguimos olhar e viajar a esses locais é impossível por agora.
Eleitores votando em 50000033175 d.C.
Os telescópios americanos e europeus transformam milhares de observações em séries-temporais e várias abordagens são utilizadas: A busca por deformações no espaço de cores, busca por deformações no spectro infra, oclusões e etc.. A idéia da busca é encontrar um local onde a (distância do planeta à estrela(s) maior(es) x potência da(s) estrela(s) maior(es)) seja comparada a relação (planeta Terra ao Sol x Sol). Isso faz sentido "geograficamente", pois temos um local que recebe uma quantidade de "energia solar" equivalente a nossa relação com o astro-rei.

Algumas perguntas de física básica newtoniana também importam aqui. Vários observadores dizem ter "encontrado" planetas cujas situações sejam similares as condições da Terra (independentemente da dimensão tempo aqui). Mas veja, por exemplo, que curioso. Existem relatos cientifícos de planetas que não tem o movimento de rotação ou, mais comumente, um movimento de rotação extremamente lento. Isso faz com que existam "dias" e "noites", "quentes" e "gelados" permanentes por toda a costa dessas estrelas.

Ora, então agregando-se a condição "geográfica" devemos acrescentar o "momento angular" (você sabe porque existe o movimento de rotação da Terra?, outra idéia bacana sobre o início do movimento é a hipótese de Theia) do local. Deve existir, uma rotação proporcional que permita que as temperaturas se estabilizem em algum momento. Mais do que isso, permita que as temperaturas se estabilizem em pelo menos algum ponto da crosta. Estamos falando de uma atmosfera sustentável.
Explicação grega à rotação. Mais aqui.
Por último, porém não menos importante, a questão da distância entre nós e nosso paraíso galáctico: Devemos ser capazes de realizar uma viagem (ao menos de ida) para definitivamente povoar o novo planeta. Esqueça os tele-transportes e outras coisas do Goku. Sabemos do limitante da velocidade, e sabemos o quão difícil será construir um transporte com essa robustez e precisão, isso sem falar na quantidade de energia necessária para essa classe de viagem. Lembre-se de minha pequena metáfora estamos na Antiguidade Clássica, muitos anos se passarão até chegarmos a 3a. Revolução Industrial. Mas para ali caminhamos e para as estrelas está traçado o caminho de nossa espécie.

Existem um trilhão de perguntas que precisam ser respondidas por essas observações. Fico me perguntando sobre as dificuldades de obter dados confiáveis dos satélites. Talvez essa seja até a pior parte do que processá-los (God bless you, MapReduce). Não nos esqueçamos que as máquinas são basicamente espelhos e óculos gigantes!

Ainda que uma grande viagem na maionese, talvez em alguns milhões de anos a Terra seja conhecida como Coruscant ... E o governante será George Lucas I =).
George Lucas I, deputado eleito em 50000033175 d.C.

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